quarta-feira, 30 de março de 2011

Museu do Contrabando - Santana de Cambas - Mértola


O Museu do Contrabando em Santana de Cambas, concelho de Mértola, foi inaugurado em 10 de Junho de 2009.

Instalado no antigo edifício da Autarquia, o projecto pretende ser o repositório de um manancial de informação, sobretudo oral, que importa salvaguardar e dar a conhecer, não só aos mais novos, mas também àqueles que não tiveram contacto directo com esta realidade. Este espaço foi criado numa perspectiva de mostrar uma parte da história da freguesia, mas também para aproveitar o seu património histórico e cultural como um recurso que poderá trazer riqueza e desenvolvimento.

Algumas fotografias :























quarta-feira, 23 de março de 2011

A Guarda Fiscal

A Guarda Fiscal foi criada pela Monarquia Liberal,em 1885, com o objectivo de impedir o contrabando e sujeitar os produtos à cobrança dos respectivos impostos aduaneiros. A GF realizava a mais dura fiscalização das alfândegas portuguesas, a fiscalização externa, estando o seu dispositivo presente nos mais recônditos lugares da fronteira marítima e terrestre. Com o 25 de Abril de 1974 foi incubida de fiscalizar a entrada e saída de cidadãos do país, serviço antes desempenhado, pela PIDE/DGS.Em 1993,inesperadamente, e muito por força do Ministro da Administração Interna, Dias Loureiro, A GF é extinta e integrada, como Brigada Fiscal, na GNR. A partir dessa data o declínio da instituição foi notório. Muitas das suas competências foram progressivamente deixadas ao abandono pelos comandos da GNR, passado a ASAE,ou a Polícia Marítima, a ter de assegurar essas missões. Em 2008, e por reforma do Ministro da Administração Interna António Costa a Brigada Fiscal é extinta. Os guarda fiscais eram apelidados de "picachouriços" devido à sonda, uma vareta em ferro, que usavam para introduzir nas sacas de produtos a granel, para verificar se nelas vinham escondidos produtos de contrabando.



 Guarita - Servia como abrigo para os guardas fiscais que travavam uma luta cerrada ao contrabando

Mas afinal, o que é o contrabando ?!

Depois de muita pesquisa, acabamos por arranjar uma definição para esta prática.
O contrabando na raia consistiu (e ainda consiste)  em passar produtos através da fronteira Portugal-Espanha ilegalmente, para que não seja pago o imposto.
É visto geralmente pela sociedade como uma pratica repugnante, destruidora dos mais elementares princípios da moral e dos bons costumes. Esta perspectiva deve-se ao facto de a maior parte das pessoas apenas conhecerem da actividade aquilo que é mais hediondo: os grandes crimes económicos, o trafico de drogas, de armas, de crianças e mulheres, e toda uma serie de outros tipos de contrabando susceptíveis de por em causa a harmonia social. Porem, na região da Raia esta pratica não é vista dessa maneira. As gentes desta região usavam o contrabando como um dos meios de subsistência e por isso não o consideram um crime.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Relatório da Actividade - 25 de Fevereiro - Visita e pesquisa acerca do Contrabando

No dia 25 de Fevereiro de 2011, o nosso Grupo de Área de Projecto teve a iniciativa de , através de contactos e pesquisas , dirigir-se a certas infra-estruturas do Sabugal , nomeadamente Museu Municipal , Casa do Castelo e Biblioteca Municipal , para visitar a exposição temporária referente ao Contrabando (isto no Museu) e tentar saber mais informações e qual o conteúdo que a cidade tem ao nosso dispor acerca do tema .
De início o grupo dirigiu-se ao Museu Municipal para visitar-mos a mini-exposição referente ao contrabando e foi-nos oferecido um livro a cada um , de título : Jornadas do Contrabando


Aqui deixamos algumas fotografias:

Farda de Guarda Fiscal

Guaritas - Local de abrigo para os Guardas Fiscais

Roupa usada na época do Contrabando

Trabalhos referentes ao Contrabando realizados pelo Jardim de Infância do Soito, Escola EB1 do Sabugal e Jardim  de Infância de Aldeia de Santo António


De seguida dirigimo-nos á casa do Castelo , e conversá-mos com a Sra . Natália Bispo , que nos forneceu alguns contactos de figuras ligadas ao contrabando , nomeadamente o contacto do Sr. António Cabanas e ainda nos mostrou alguns livros referentes ao tema em questão .


Por útlimo o grupo acabou por ir á Biblioteca Municipal e assim conseguiu a lista dos livros existentes , relativos ao Contrabando .

quarta-feira, 2 de março de 2011

Caminhos do Contrabando

"Eu sou um coelho campal
Que em toda a parte faz cama                      
Anoiteço em Portugal
Amanheço na Espanha
Manuel Leal Freire, Contrabando, delito mas não pecado

Introdução
“Onde há raia há contrabando”. E há também
histórias de contrabando. Histórias contadas pelas
pessoas que no escuro da noite seguiam por caminhos
traçados e imaginados em direcção à raia.
Iam curvados com o peso das cargas e do receio
de serem descobertos pela Guarda Fiscal ou pelos
carabineiros. Com os olhos vigiavam o caminho,
com os lábios recitavam orações porque sabiam
que era no campo sagrado que podiam procurar
ajuda para que o pé fosse leve, apesar do peso
da carga e para que os fardados não lhes saltassem
ao caminho. Se isso acontecesse, era largar
a carga e fugir dali! Perdia-se o fôlego, perdia-se
a carga e perdia-se o dinheiro de uma noite de
caminho. Mas outras viriam! O que interessava é
que não tinham sido apanhados pela Guarda Fiscal
ou carabineiros e nem tinham levado umas
“verduadas” com a bengala que estes traziam
sempre consigo. (...) "

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Mulleres da Raia


O documentário "Mulleres da Raia", da valenciano/tudense Diana Gonçalves mostra-nos de uma viagem às fronteiras do norte de Portugal e Galiza que nos transportas ao nosso passado mais recente, com o contrabando, a emigração “a salto” e o trapiche como actividades correntes nestas terras, aproveitando a proximidade do país vizinho.
Em tempos de repressão, com os dois países sob regimes ditatoriais, um grande número de portugueses emigrou para França cruzando as duas fronteiras ilegalmente. As mulheres ficaram a cultivar as terras e a educar os filhos.
O contrabando local foi outro meio para escapar da miséria, por isso um exército de mulheres atravessava todos os dias a fronteira para comprar e vender produtos de necessidade, devido à diferença de preço. Este intercâmbio comercial entre as populações fronteiriças do Minho trouxe grandes laços de amizade e deu origem a uma história compartida.
A raia, como popularmente é conhecida a fronteira, guarda uma história de luta diária pela sobrevivência e as suas mulheres são testemunhas.


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